domingo, 6 de fevereiro de 2011
VILA MATEUS
Com uma só rua,algumas casas,sendo a maioria de madeira.Uma ponte,também de madeira,daquelas bem antigas,um pouco ou muito torta,sem nenhuma proteção.
Mas pra que proteção!!!!!!!
Se a vila tinha dona Isaura,que morava ao lado da ponte e de dentro do rio já me tirou.
Caí,com vestido branquinho,rodado,com desenho de rosas vermelhas
Das rosas nunca esqueci,sonho com elas,mas nunca as recebi.
A vila também tinha o seu Jóca, dona Maria,seu Viriato,Mané Poliça,seu Ivo, seu Zé Mateus,dona Fermina,o Pai velho que benzia as verrugas,dona Neuci,o Caio moço mais lindo da vila e a dona Laudelina,que detestava tangerina.Da janela sempre gritava:se tá com cheiro de tangerina,não entra.
No fim da vila,morava seu Lesso,que todas as tardes,sentado na calçada da rua principal ”esquentava sol”.Negro alto,todo de preto sempre,chapéu surrado também preto,ficava horas e horas no sol, sem nada fazer ou falar.Para as crianças,era um ser misterioso,que amedrontava.Para chegar a sua casa,precisava ir por uma trilha até o início da mata,era uma casa bem velha,de madeira já preta pelo tempo e pelo fogão a lenha.Dele nunca ouvi uma palavra,mas muito medo senti.Todas as crianças gostavam de ir até perto de sua casa,espiar o que ele fazia,tentando descobrir seus segredos e também porque pertinho havia um tesouro ,uma pequena caverna de barro.Nossa alegria era pegar o barro vermelho e sair correndo pra casa,fazer loucinhas e brincar.
Todos eles já se foram,mas deixaram suas marcas na vila,que continua a mesma.
Mesma rua,mesma ponte.........só mudou quem passa por ela.
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