"PARA QUE TUDO NÃO SE DESMANCHE NO AR"

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

EDIR - GENTE NOSSA


EDIR REBELO SODRÉ

Nascida em 20/10/1933, filha de JOSÉ DE CALAZANS REBELO e de ISMENIA DE MELO REBELO, casada com ENEDINO FRANCISCO SODRÉ nascido em 12/08/1931, recorda com saudade seu tempo de juventude.
Muitas vezes ia ajudar dona Augusta a raspar a vela (Espalma 7), que era espalhada no chão do salão antes dos bailes. As raspas de velas, misturada à farinha de milho, ajudavam os dançarinos a deslizarem pelo salão. O Clube Aliança na época era arrendado pelo Sr João Serpa. Tinha também o Clube Ideal,mas por motivos políticos,quem dançava num,não dançava no outro. Quando os moços colocavam os lenços pendurados no arco do lampião,era  hora de escolherem seu par e dançarem .
MARCA DA GASOSA: a moça que aceitasse a dança ganhava uma gasosa
Lembra-se dos navios da marinha de guerra que aportou na ponta da ilha, era o Jaguar e Rio Branco.
Na escola sua professora Áurea Costa, levava as crianças para consultar com o médico do navio.
Recorda com saudade do pai Sr Canôr, que sempre lhe dizia:
“Não se mexe em nada do alheio, porque o alheio chora o seu dono”.
“Quem come do alheio, um dia se engasga”.
“Quem tem fome tem pressa”
Assim eu o ouvia falar quando eu dizia para não dar o peixe para os meninos que vinham esperar a rede do meu pai com pressa para pegar seu peixe. Ele repetia: “Quem tem fome, tem pressa”. Para os meninos dizia:
“Não espreme gato; não joga areia, não avança”.
 Cada um tinha seu quinhão, dividido sempre em partes iguais.
Toda segunda-feira era dia de festa na fonte, dia da fofoca dos bailes. Todas lavando a roupa e fofocando sobre quem roubou o namorado, quem dançou muito.
BENZEDURAS
Cada pessoa tinha uma forma diferente de ser benzida.
Edir era  sempre com um ramo verde, sua irmã era com dente de alho, a amiga com pupa.                                                        
Benzedura para dor de cabeça
“Deus é sol
Deus é lua
Deus é toda claridade
Deus é as três pessoas
Da Santíssima Trindade
Assim como essas palavras
São verdade
Sairá dessa cabeça
Toda essa maldade”
Conta alegremente que certo dia a benzedeira muito “concentrada”, benzia ela. Um gato viu um balaio cheio de peixe que estava perto da porta e foi tentar comer um, a benzedeira, “concentrada” benzendo, viu o gato e gritou no meio das benzeduras” Chispa diabo “(para o gato).
PASQUIM
Lembra muito bem dos pasquins da época, principalmente o que o Sr Antônio fez para o Sr Bernardo, que casou e foi morar com sua esposa Maria, levando sua irmã Frida para morar junto.
“Eu conheço em Porto Belo
Um chupim inteligente
Que arrumou seu ninho
Feito pra ele e seu parente.
Lá estão agasalhados
Num ninho já bem antigo
O chupim inteligente
No ninho do inimigo
Até sabe se benzer
Vê que bicho inteligente
Benze é no meio da rua
Para divertir a gente
Por ser tão inteligente
E não ter o que fazer
Na casa do seu vizinho
O chupim foi se benzer”
Recorda também que muitas vezes seu noivo Enedino vinha de carroça do encruzo, quem vinha na boleia trazendo ele era a Neusa Abraham toda faceira, que gritava para meu pai ao chegar:
“Bota água no feijão que chegou mais um”


SERTÃO DO VALONGO

O tempo passa...tanta coisa para aprender,conhecer.....eu aqui parada....

Um sonho....estar lá....ouvindo...sentindo...vivendo...

Feche os olhos ..... e ..... dance....