"PARA QUE TUDO NÃO SE DESMANCHE NO AR"

sábado, 29 de outubro de 2011

PORTO BELO/MOMENTOS ESPECIAIS

MONSENHOR AUGUSTO ZUCCO

Um padre feliz

Monsenhor Augusto Zucco
Monsenhor Augusto Zucco
Filho de Angelo Henrique Zucco e HenriquetaThereza Zen, Augustonasceu em Brusque em 5 de março de 1915, de numerosa família católica. Após os estudos nos Seminários Menor de Azambuja e Maior de São Leopoldo (RS), foi ordenado presbítero em Florianópolis, em 31 de dezembro de 1939.
Seu nome se identifica com a paróquia São Sebastião de Tijucas, onde foi pároco de 16 de janeiro de 1942 até sua morte, em 1987: 45 anos de trabalho fecundo e feliz. No primeiro ano de padre foi professor no Seminário de Azambuja (1940) e no segundo, vigário paroquial de São José em Criciúma e São Marcos em Nova Veneza (1941).
Durante um bom número de anos a Igreja no Vale do Tijucas foi presidida por dois “generais”, zelosos e vigilantes, que emanavam autoridade moral e disciplina: Mons. José Locks em São João Batista e Mons. Augusto Zucco em Tijucas. Formaram uma Igreja paroquial, disciplinada, comunitária e fiel.
Alto, gordo, olhos miúdos em tez franzida, à primeira vista parecia “perigoso”, mas logo se sentia a presença de um coração sacerdotal, atencioso no ouvir, generoso no atender os pobres, incansável no trabalho. Gloriava-se de nunca tirar férias e se admirava do padre que tinha tempo essas coisas, um modo de dizer que trabalhava sempre, o que era verdade. Com enorme apetite para o trabalho, era impaciente para formar lideranças: dizia que fazia tudo sozinho porque era mais fácil e “ninguém” queria aprender… E assim tomava as decisões, como a escolha do local para a nova igreja matriz e de outras igrejas cuja construção liderou. Bom administrador, criou estruturas materiais permanentes de manutenção paroquial.
Por um bom tempo,Monsenhor (como era chamado depois que recebeu o título em 1964) teve o apelido de “domador de padres”: ir para Tijucas era quase um caminho normal para o padre novo, que lá permanecia um ou dois anos. É que Monsenhor controlava o trabalho dele, entrada e saída, chegando a deixar o padre na rua se chegasse muito tarde, disciplinava, enfim. Ao retornar de uma capela, vinha a pergunta: “quantos estavam na igreja?” À resposta “uns cem”, Monsenhor logo diria “comigo são sempre quase duzentos!”. Não era saudosista, aceitava com alegria a Igreja renovada pelo Concílio.
Padre Zucco era um pároco feliz: a cada ano tudo fazia como se fosse a primeira vez na vida. Nada lhe era rotineiro: ensaiava cada primeira Comunhão, tirava e vendia as fotografias, se alegrava como se fosse a primeira vez, e eram tantas após décadas. Exaltava a qualidade de suas obras: os sinos de aço que adquirira eram muito superiores aos “ultrapassados” de bronze”, o teclado eletrônico era melhor que o órgão de tubos, a que “ninguém” mais dá valor. Era uma criança feliz naquele corpão imenso de padre zeloso: suas missas eram as mais participadas, suas crianças as melhor preparadas, suas festas, tudo enfim, para alegria de Monsenhor. Esse espírito jovem o levou a enfrentar exames e aulas para obter a licenciatura em filosofia pela Faculdade de Ijuí, RS, em 1969-1970: “não serve pra nada, mas mal também não faz e os tempos mudaram”. E assim, encarava os padres novos em pé de igualdade.
Era amigo dos padres e promotor vocacional. Sempre presente nos Retiros, cursos, assembléias, encontros. Dizia que não aprendia muito, mas “a gente tem que participar”. Foi tão marcante esse aspecto de seu caráter sacerdotal que o presbitério escolheu seu nome para denominar a associação dos padres da arquidiocese: Associação Padre Augusto Zucco – APAZ. Enquanto viveu, as reuniões gerais do clero eram em sua paróquia: ele fazia questão disso. Enviou muitos jovens para o Seminário, neles depositava extrema confiança e, depois, os via retornando, um a um. Com exceção do sobrinho que morava em Oliveira, o Pe. Sérgio Giacomelli, ordenado em 1975.
Como Monsenhor Augusto Zucco achava que sua saúde era a melhor do mundo, que não necessitava de descanso, seu coração parou em 25 de maio de 1987. Tijucas perdia um pai, a Igreja um grande pastor de almas, mas dele ficou a mensagem do zelo pela Casa de Deus, da alegria de servir.
(Pe. José A. Besen)


"Para que tudo não se desmanche no ar"
Impossível esquecer tanta dedicação
               1960


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SERTÃO DO VALONGO

O tempo passa...tanta coisa para aprender,conhecer.....eu aqui parada....

Um sonho....estar lá....ouvindo...sentindo...vivendo...

Feche os olhos ..... e ..... dance....